Face Moderna®

Por Que Visão Direta?

A pergunta que todo cirurgião faz — e a resposta que mudou minha prática.

Quando apresento o Endomidface por Visão Direta, a primeira reação é sempre a mesma: "Mas Dr. Robério, isso não é um retrocesso? Abandonar o endoscópio não é voltar no tempo?"

É uma pergunta justa. E merece uma resposta honesta.

O Mito do Progresso Linear

Existe uma crença implícita na medicina de que "mais tecnologia = melhor resultado". O endoscópio parece moderno. A torre de vídeo impressiona. O paciente sente que está recebendo "o que há de mais avançado".

Mas tecnologia é ferramenta, não fim. A pergunta certa não é "qual equipamento usar?" — é "o que me dá o melhor resultado com máxima segurança?"

O Que Perdi com o Endoscópio

Durante anos, operei com endoscopia. Dominei a técnica. Tinha resultados consistentes. Mas algo me incomodava:

  • Dissociação mão-olho: Você olha para um monitor enquanto suas mãos trabalham em outro lugar. O cérebro precisa traduzir constantemente.
  • Perda do feedback tátil: A câmera mostra, mas não sente. A diferença entre "quase no nervo" e "no nervo" às vezes é milimétrica.
  • Dependência de equipamento: Torre com defeito? Câmera embaçou? Cirurgia comprometida.
  • Curva de aprendizado cruel: 50, 80, 100 casos para sentir segurança real. Quantas complicações evitáveis nesse caminho?

O Que Ganhei com a Visão Direta

A transição não foi imediata. Foi uma evolução técnica de anos, refinando acessos, iluminação, posicionamento. Até chegar em um método que oferece:

  • Feedback tátil + visual simultâneo: Você vê E sente. Ao mesmo tempo. No mesmo plano.
  • Curva de aprendizado reduzida: 15-30 casos para segurança. Não 100.
  • Autonomia total: Não dependo de equipamento caro, assistente treinado em câmera, ou sorte com a tecnologia.
  • Adaptação imediata: Anatomia inesperada? Ajusto na hora. Sem perder tempo reposicionando câmera.

Os Números Falam

212 casos consecutivos de Endomidface por Visão Direta. Zero lesão nervosa permanente.

Isso não é sorte. É método. É a consequência lógica de uma técnica que prioriza segurança sobre impressão.

Comparativo: Endoscopia vs. Visão Direta

AspectoEndoscopiaVisão Direta
FeedbackVisual apenas (2D)Visual + tátil simultâneo
Curva de aprendizado50-100 casos15-30 casos
Custo de equipamentoR$ 80.000 - 150.000Instrumental básico
Dependência técnicaAlta (câmera, monitor, assistente)Baixa (cirurgião autônomo)
Tempo cirúrgico90-120 min60-90 min
Adaptação intraoperatóriaLimitadaImediata

A Pergunta Certa

Então não, visão direta não é retrocesso. É evolução. É entender que o melhor instrumento é aquele que te conecta ao paciente — não o que te separa dele.

A pergunta não é "endoscópio ou não?". É: "o que me permite operar com máxima segurança e resultado consistente?"

Para mim, depois de 18 anos, a resposta é clara.

"A essência da cirurgia plástica está na conexão entre as mãos do cirurgião e os tecidos do paciente. Qualquer coisa que interrompa essa conexão é um obstáculo, não um avanço."

— Dr. Robério Brandão